Dificuldades de relacionamento

A dificuldade no relacionamento existe desde sempre. Neste texto vamos apontar alguns exemplos contidos no filme Antes que eu me esqueça sobre a dificuldade de se relacionar com a velhice.

Você assistiu ao filme “Antes que eu me esqueça” e Percebeu que ele aborda o tema de dificuldades de relacionamento?

Produzido em 2018, com direção de Tiago Arakilan, o filme conta a história de Polidoro, que aos 80 anos,  resolve demolir a estabilidade de sua confortável vida de juiz aposentado e virar sócio de uma boate de strip-tease. Beatriz, sua filha, resolve o interditar judicialmente. Paulo, seu outro filho, se declara incapaz de opinar pois não mantém relações com o pai. O juiz determina o encontro forçado de pai e filho e a reaproximação transforma suas vidas.

Este filme aborda a dificuldade de relacionamentoentre um pai e um filho, mas não apenas isso. Na realidade o filme fala sobre a dificuldade, a fragilidade, o medo e a angústia que os filhos passam frente o envelhecimento dos pais.

Ao assistir ao filme, me recordei de uma frase dita por uma geriatra: É difícil aceitar a fragilização de quem foi a referência da família”, em uma reportagem que li na internet.

Nossos pais envelhecem quando estamos em um momento ativo da vida, buscando nosso lugar no mundo, se esforçando para adquirimos o famoso lugar ao sol. Muitas vezes inspirados na garra e determinação que enxergamos neles quando davam duro para nos alimentarmos, educarmos, e tantas outras coisas.

Fato é que há um sofrimento dos dois lados. Olhando pelo lado daquele que envelhece, não é agradável perceber que já não rendemos tanto quanto antes, que as coisas que fazíamos em um piscar de olhos, agora levam minutos ou horas. E quando se pegam repetindo frases ditas a pouco tempo, ou dando conta de alguns lapsos de memória.

Já pelo lado dos filhos, muitas vezes nos pegamos inconscientemente tentando negar tal realidade. Jogando fatos embaixo do tapete. Porque o medo de vermos aquele que foi uma referência de vitalidade, força, e determinação se deteriorando em nossa frente nos assusta, nos deixa sem saber o que fazer.

Passar por essa experiência tende a ser um pouco sofrida e dolorosa, muitas vezes podemos nos achar perdidos. Aprecio a ideia de que toda emoção merece ser escutada, pois uma escuta especializada pode ajudar a dar vazão a essa sensação de vazio e medo. E a partir do momento que olhamos a tempestade que se faz presente, descobrimos a possibilidade de um novo raiar de sol. Se você se encontra nesta situação busque ajuda.

Uma dica para manejar essa situação é sempre ser empático a ela. E como fazer isso? Bem, espera-se que todos envelheceremos algum dia. E diante disto podemos exercitar no presente a forma de como gostaríamos que acontecesse conosco no futuro.

Então inserir afeto no diálogo é uma boa estratégia para isso. Explicar o motivo para suas ações ao idoso pode lhe garantir uma aceitação maior por parte dele, assim como evitar um conflito frente a teimosia característica desta fase de vida.

Podemos trocar uma fala que pode soar impositiva como “Pai, o médico já falou para você não comer isso. Oh dificuldade de entender!” por “Pai, talvez esse tipo de alimento possa lhe trazer problemas, obrigando você a fazer algo que odeia: ir mais vezes ao médico. Sei que você consegue substituir”. E que tal trocar “Já falei para você não tomar banho sozinho. E se você cai, como fica?” por  “Você já reparou que com o passar da idade ficamos caindo mais? Estive pensando em colocar umas barras de apoio aqui para termos mais segurança na hora do banho. Seria uma boa, não acha?”

E lembre-se: invista em sua saúde psíquica. Em momentos difíceis busque ajuda especializada.

Esse assunto, não precisa parar aqui! Compartilho contigo alguns links de artigos que vi na internet que também abordam o tema para lhe ajudar.

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